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PBH dará início ao trabalho de esterilização das capivaras

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O manejo das capivaras existentes na orla da Lagoa da Pampulha vai começar na próxima semana. Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 17 de novembro, o secretário municipal de Meio Ambiente Mário Werneck apresentou as ações para os próximos meses de trabalho. Segundo Werneck, quinze profissionais de diversas formações, entre eles biólogos e médicos veterinários com especialização em cirurgia e anestesia, estão envolvidos nos procedimentos de captura. “O contêiner onde serão realizadas as cirurgias já está instalado dentro do Parque. Ele já foi adaptado, recebeu piso novo e equipamentos modernos”, explicou.

 

Os responsáveis técnicos começaram o monitoramento e contagem dos roedores em 27 de outubro. De acordo com o coordenador de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel, estima-se que haja entre 85 e 100 capivaras em toda a orla da Lagoa da Pampulha. “A equipe técnica está terminando o monitorando dos animais, que consiste em saber onde as famílias se encontram e onde serão montadas as cevas para capturas. Iremos agora partir para o próximo passo que é o contato direto com os animais e a cirurgias de esterilização e vasectomia” afirmou.

 

Leonardo Maciel explicou que, com o plano de manejo, as capivaras continuarão na orla da lagoa da Pampulha. Os roedores serão capturados, operados e após receberem aplicação de carrapaticidas e a instalação de um chip, serão soltos novamente no habitat natural deles em até 72h.

 

O secretário de Meio Ambiente ressaltou que o valor investido em todo o processo da esterilização das capivaras é oriundo de compensação ambiental. “São R$ 500 mil da inciativa privada. O prefeito Alexandre Kalil liberou esse recurso depois de fazer uma análise categórica de onde será empregado esse dinheiro dentro do plano de ação das capivaras”, comentou Werneck. Já a assinatura do contrato com a empresa responsável pela cirurgia das capivaras foi no dia 25 de outubro com a previsão de término em até 12 meses.

 

 

Plano de ação

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) está fazendo um trabalho interligado de controle da febre maculosa que envolve as Secretarias Municipais de Saúde e Meio Ambiente, além da Fundação de Parques Municipais. As capivaras não são os únicos animais hospedeiros do carrapato que leva a bactéria Rickettsia rickettsii, que causa a doença. Cavalos, cães, bovinos e aves também podem transportar o carrapato da febre maculosa.

 

De acordo com Leonardo Maciel, as capivaras habitam a região Sudeste do Brasil. Os animais têm acesso à Lagoa da Pampulha por meio dos córregos localizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) que deságuam na Lagoa da Pampulha.

 

 

Plano de ação da PBH

  • Aplicação de carrapaticida nos cavalos que frequentam a orla da Lagoa da Pampulha;
  • Pesquisa acarológica que consiste no mapeamento das áreas onde há maior concentração de carrapatos e aplicação de carrapaticidas nesses locais. Essa pesquisa será usada como indicador da eficácia do programa, esperando-se diminuição do número de carrapatos;
  • Corte e manutenção da grama baixa para evitar a proliferação de carrapatos;
  • Esterilização dos roedores: o motivo pelo qual a PBH optou pela esterilização dos roedores e não a castração dos animais consiste que na cirurgia de vasectomia e ligadura de trompas dos animais, as capivaras não perdem o instinto reprodutivo, com isso, por se tratarem de animais territorialistas elas não deixam novos roedores se aproximarem;
  • As capivaras adultas não transmitem a febre maculosa para os carrapatos. Apenas as capivaras filhotes podem transmitir a doença por um curto período de tempo;
  • As capivaras serão capturas e operados dentro do contêiner instalado no Parque Ecológico da Pampulha. Após a cirurgia, aplicação de carrapaticidas, e instalação de um chip, em até 72h, elas serão soltas novamente na orla da Lagoa da Pampulha. A previsão de fim dos trabalhos é de 12 meses;
  • A Prefeitura de Belo Horizonte tem instalado placas de orientação na orla da lagoa da Pampulha sobre o carrapato-estrela e distribuídos panfletos para a população; e
  • A Secretaria Municipal de Saúde tem orientado os médicos para o rápido diagnóstico de Febre Maculosa. Se o paciente chega ao posto de saúde com sintomas da doença após ter o contato com carrapato, ele é orientado imediatamente.

 

 

Termo de Ajustamento de Conduta

A Secretaria de Meio Ambiente assinou, no início deste ano, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual, que estipulou um prazo de dois anos para o manejo e a esterilização das capivaras.