A Prefeitura de Belo Horizonte promove na próxima semana, de 2 a 5 de maio, no Cine Santa Tereza, a mostra “Documentário e Invenção”, que destaca as inventividades e as manifestações criativas e históricas do cinema documentário.  Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site da Sympla. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação completa do cinema pode ser consultada no Portal Belo Horizonte.

A Mostra traz obras emblemáticas que permitem entender essa diversidade de estratégias narrativas e estéticas do método documental. Além da exibição do clássico do cinema nacional, Cabra Marcado para Morrer (1984, classificação 12 anos), dirigido pelo cineasta Eduardo Coutinho, a programação traz ainda: A Negação do Brasil (2000, classificação livre), filme fruto de uma pesquisa acadêmica do diretor Joel Zito Araújo sobre a presença do negro na teledramaturgia brasileira; Rocha que Voa (2002, classificação livre), um ensaio elaborado por Eryk Rocha, filho do cineasta Glauber Rocha, sobre a ligação entre os principais movimentos cinematográficos latino-americanos dos anos 60/70 e o Cine Revolucionário de Cuba; Terra Deu, Terra Come (2010, classificação livre), do diretor Rodrigo Siqueira, no qual memória e ficção se misturam na história de um garimpeiro; Ônibus 174 (2002, classificação 14 anos), uma investigação cuidadosa, na qual o diretor José Padilha recupera imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais para ressignificar o sequestro de um ônibus filmado e transmitido ao vivo pela mídia.

O encerramento da mostra será com a exibição do filme, Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009, classificação 14 anos), dos cineastas Karim Ainouz e Marcelos Gomes, cujo enredo é declarado como um drama ficcional, mas que surge de um projeto de realização de um documentário on the road. O tour existencial do personagem pelo sertão nordestino  é permeado pelo olhar e pelas imagens capturadas pelos cineastas em sua peregrinação documental pelo território.

A programação, que traz uma visão panorâmica e reflexiva do gênero, foi criada conjuntamente com os alunos e professoras do minicurso “Documentário, Pensamento e Prática”, ofertado pelo Núcleo de Produção Digital (NPD-BH). As exibições, em maio, marcam o encerramento das aulas do “Módulo I: Experimentações para criação de um documentário”, uma formação centrada no pensamento da linguagem documental e atenta às práticas de pesquisa, às invenções para roteirização e às possibilidades do hibridismo, bem como a uma abordagem histórica e conceitual do documentário. Coordenado pelo Cine Santa Tereza, em parceria com a Escola Livre de Artes Arena da Cultura, o NPD-BH desenvolve uma série de ações formativas e de sensibilização audiovisual.