4 December 2024 -
Em dezembro, mês em que Belo Horizonte celebra 127 anos, nove Centros Culturais municipais – Alto Vera Cruz, Bairro das Indústrias, Jardim Guanabara, Liberalino Alves de Oliveira, Padre Eustáquio, Salgado Filho, São Bernardo, São Geraldo e Usina de Cultura (Ipiranga) – e o Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado também comemoram mais um ano de história. A Prefeitura de Belo Horizonte dá início a um ciclo de festividades que reverenciam esses espaços essenciais para a promoção dos direitos culturais e da cidadania. As comemorações, que acontecem em oito centros culturais, fazem parte da programação especial dedicada ao aniversário da capital e também celebram os 30 anos da política pública de descentralização cultural que resultou na implantação destes equipamentos ao longo das décadas. A programação completa está disponível no Portal Belo Horizonte.
A população de Belo Horizonte conta atualmente com 17 Centros Culturais distribuídos por todas as nove regionais na cidade. Esses equipamentos públicos são essenciais para o desenvolvimento da cultura local, e suas ações abrangem áreas como formação, fomento, difusão cultural, promoção da leitura e valorização do patrimônio e das identidades locais. A atuação dos Centros Culturais segue as diretrizes dos planos Nacional e Municipal de Cultura, com ênfase na descentralização, sustentabilidade e inclusão sociocultural.
A história dos centros culturais da cidade está intimamente ligada ao Orçamento Participativo (OP), que possibilitou a construção e reforma de 15 desses espaços, a partir das demandas da população. Esse modelo participativo, iniciado na década de 1990, foi um marco no processo de descentralização cultural, criando espaços acessíveis para as comunidades de todas as regiões de BH.
Com o OP, os Centros Culturais se tornaram uma das maiores demandas da população, atendendo à necessidade de espaços culturais e de lazer nas comunidades. A implementação desse modelo ajudou a construir uma cultura mais inclusiva e conectada, permitindo que os próprios moradores se envolvessem ativamente na criação e no crescimento desses espaços.
A secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, ressalta que a Prefeitura de Belo Horizonte tem se dedicado, ao longo dos anos, a consolidar uma política cultural que fortaleça as comunidades de forma descentralizada, valorizando os artistas locais e transformando a cidade em um polo criativo e cultural efervescente. “Nosso trabalho é sustentado por um conjunto de ações e diretrizes que não só promovem a diversidade cultural, mas também estabelecem uma rede de fomento e colaboração entre os diversos atores culturais da cidade. O Plano Municipal de Cultura (PMC) tem sido essencial nesse processo, orientando nossas ações para uma cultura mais inclusiva, acessível e descentralizada. Com a valorização dos territórios criativos e o desenvolvimento cultural em rede, estamos criando uma cena cultural mais integrada e vibrante, que reflete a riqueza e pluralidade da nossa população”, conclui.
Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Bernardo Correia, as comemorações dos aniversários dos Centros Culturais também celebram a força da participação popular que tornou esses espaços importantes referências artísticas na capital. “Foi a voz e a vontade da população de Belo Horizonte que deu vida a esses espaços. O que antes era uma necessidade, hoje se traduz em equipamentos culturais que pulsam arte, cultura e cidadania, ocupando territórios e transformando realidades. Ao comemorarmos mais um aniversário de cada um desses centros, celebramos também o poder da democratização da cultura e a certeza de que, quando o povo se une, cria e ocupa, transforma o seu território e a sua história”, celebra.
Programação para celebrar história e mobilização pela cultura
Um dos centros culturais mais antigos de Belo Horizonte, o Centro Cultural São Bernardo (CCSB), celebra 30 anos de história com uma programação gratuita e diversificada no sábado (7). Durante todo o dia, o público poderá participar de atividades como oficinas de brincadeiras circenses, feira de artesanato, escambo, gastronomia, shows de samba, apresentações de hip-hop e uma competição de breaking, entre outras atrações. No mesmo dia, o Centro Cultural Alto Vera Cruz comemora seus 28 anos com uma programação que inclui atividades infantis e o tradicional baile "O Som das Quadras".
Os Centros Culturais Jardim Guanabara, Padre Eustáquio e Salgado Filho celebram 16 anos com uma programação repleta de oficinas, exposições artísticas, capoeira, samba e forró, enquanto o Centro Cultural São Geraldo comemora 15 anos e o Centro Cultural Usina de Cultura festeja seus 8 anos com muita música. “Celebrar esses aniversários é, antes de tudo, celebrar a mobilização da comunidade, que, por meio do poder transformador da cultura, encontrou nesses espaços verdadeiros locais de pertencimento, troca e expressão de suas identidades. Os centros culturais desempenham um papel fundamental na inclusão sociocultural e na promoção dos direitos culturais em Belo Horizonte. Os resultados obtidos ao longo dos anos reforçam a importância de políticas públicas sólidas e sustentáveis, que garantam a manutenção e expansão desses equipamentos essenciais para a cidade”, ressalta Bárbara Bof, diretora de Promoção dos Direitos Culturais da Fundação Municipal de Cultura.
No dia 11 de dezembro, o Centro de Referência da Cultura Popular Lagoa do Nado celebra o 32º aniversário com o projeto “Conversa ao Pé do Fogão”. Criado em 1992 como Centro Cultural Inter-Regional Lagoa do Nado, o espaço foi fundado dois anos antes da inauguração do próprio parque, tornando-se o primeiro Centro Cultural do município. Em 2014, o equipamento teve o nome alterado para Centro de Referência da Cultura Popular Lagoa do Nado, com o objetivo de fortalecer ações voltadas às culturas populares urbanas, consolidando papel como um importante ponto de encontro e valorização dessas manifestações culturais na cidade.