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Capoeira
Ricardo Laf

PBH retoma Mapeamento da Capoeira com cadastro em equipamentos culturais de BH

criado em - atualizado em

Os interessados em se cadastrar no Mapeamento da Capoeira, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, podem contar agora com o apoio presencial, nos 17 Centros Culturais municipais e no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, para o preenchimento do formulário on-line disponível no Portal da PBH. O Mapeamento da Capoeira é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, que tem como objetivo identificar e conhecer melhor a prática cultural na capital mineira, seus praticantes, mestres e grupos, com intuito de formular políticas públicas adequadas ao segmento cultural.

 

O cadastramento, aberto desde março de 2021, foi impactado pela pandemia, uma vez que à época do lançamento da iniciativa, os equipamentos culturais da cidade se encontravam fechados como medida de contenção ao contágio por covid-19, e só era possível ações de mobilização virtual. Com apoio nos equipamentos culturais descentralizados na cidade, a expectativa é ampliar a comunicação sobre o cadastramento, conforme explica a diretora de Promoção dos Direitos Culturais da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof. “Durante a pandemia, medidas de prevenção a covid-19, como o fechamento temporário dos equipamentos culturais e a paralisação das rodas e aulas de capoeira, prejudicou a mobilização do segmento para os cadastros. Com a reabertura e a retomada das atividades, vamos ampliar essas ações presenciais de divulgação do mapeamento, visto que entre os capoeiristas a estratégia de comunicação mais eficaz é o ‘boca a boca’ que ocorre durante as atividades coletivas”, afirma a diretora.

 

Os servidores dos 17 Centros Culturais municipais e do Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado estão aptos para tirar dúvidas e orientar os interessados sobre o preenchimento dos formulários. Atualmente, 12 centros culturais públicos municipais contam com atividades regulares de capoeira mensalmente.

 

“Belo Horizonte é berço de diversos grupos de capoeira, com condições socioeconômicas diversas, processos históricos específicos e localizados de maneira espalhada na cidade. O Mapeamento da Capoeira feito pelo poder público municipal permitirá identificar aspectos importantes para a criação de políticas públicas para o setor. Dessa forma, a participação de todos é fundamental para a construção conjunta de ações que permitam valorizar e fortalecer a prática da capoeira na cidade”, ressalta o diretor de Patrimônio Cultural e Arquivo Público da Fundação Municipal de Cultura, Guilherme Araújo.

 

As informações coletadas pelo mapeamento subsidiarão também os estudos para o Registro da Capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Horizonte, cuja solicitação de abertura foi aceita pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, em 2018, atendendo a uma demanda de capoeiristas, mestres e grupos de capoeira.

 

Processo de Registro

 

A abertura do registro da capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Horizonte tem o objetivo promover o reconhecimento oficial da manifestação e importância para a cultura belo-horizontina. Após a abertura do processo de registro, a Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura deve elaborar um dossiê no qual descreve o histórico da prática na cidade e em conjunto com a comunidade capoeirista, e propõe medidas de salvaguarda que deverão ser executadas a curto, médio e longo prazo. Concluído o dossiê, o estudo será encaminhado para o Conselho do Patrimônio para análise e deliberação, ocasião na qual a prática pode ser reconhecida oficialmente como patrimônio cultural da cidade.

 

Tanto para a construção do dossiê de Registro, quanto para a elaboração de políticas públicas no âmbito da Secretaria Municipal de Cultura, é preciso estabelecer um diálogo profundo com os praticantes, conhecer suas múltiplas realidades e demandas.