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Cine Santa Tereza recebe mostra itinerante “A Cinemateca é Brasileira”
Foto: reprodução

Cine Santa Tereza recebe mostra itinerante “A Cinemateca é Brasileira”

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O Cine Santa Tereza recebe, de 25 a 31 de agosto, a mostra itinerante “A Cinemateca é Brasileira”, que busca difundir pelo Brasil a memória do cinema nacional, com títulos que perpassam diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens temáticas.  Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site www.sympla.com.br. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação completa do cinema pode ser consultada no Portal Belo Horizonte

A Mostra traz ao Cine Santa Tereza uma seleção de 10 filmes, que demonstram a riqueza do cinema brasileiro ao longo dos mais de 120 anos de história. Dos primeiros tempos, está São Paulo: a sinfonia da metrópole (Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, 1929, classificação livre), que sintetiza a vocação nacional para o documentário. O desejo de estabelecer uma indústria cinematográfica forte no Brasil, que culmina na fundação dos estúdios Atlântida e Vera Cruz, pode ser visto em Carnaval Atlântida (José Carlos Burle, 1952, classificação 10 anos), com a “dupla do barulho” Grande Otelo e Oscarito; e em Jeca Tatu (Milton Amaral, 1959, classificação 12 anos), título no qual Amácio Mazzaropi desenvolveu a figura do caipira, seu personagem mais conhecido. Cinco vezes favela (Marcos Farias; Carlos Diegues; Miguel Borges; Joaquim Pedro de Andrade; Leon Hirszman, 1962, livre) e o mais conhecido filme de Glauber Rocha, Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha, 1964, classificação 14 anos), mostram a preocupação do Cinema Novo em representar a classe trabalhadora e as desigualdades sociais, enquanto o Cinema Marginal e seu O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla, 1968, classificação 16 anos) desafiam a estética e linguagem cinemanovista. 

Da década de 1970, a mostra traz Dona Flor e seus dois maridos (Bruno Barreto, 1979, classificação 18 anos), uma adaptação da literatura de Jorge Amado, que fez números de bilheteria impressionantes. Uma das obras mais importantes da chamada retomada do cinema brasileiro, nos anos 1990, também integra a programação: o filme Central do Brasil (Walter Salles, 1998, classificação 12 anos), que venceu o Urso de Ouro e o prêmio de melhor atriz para Fernanda Montenegro no Festival de Berlim de 1998, papel que levou ainda uma indicação ao Oscar. Outro destaque deste mesmo período é Cidade de Deus (Fernando Meirelles e Katia Lund, 2002, classificação 16 anos), vencedor de dezenas de prêmios nacionais e internacionais e indicado ao Oscar em quatro categorias, é até hoje o filme brasileiro com maior número de indicações ao prêmio da Academia. Título mais recente da seleção, Bacurau (Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, 2019, classificação 10 anos) mistura crítica social e distopia para contar a história de um povoado nordestino que subitamente some do mapa. Sucesso de crítica e público, a obra conquistou o prêmio do júri na competição oficial do Festival de Cannes em 2019. 

De agosto a dezembro, a Cinemateca Brasileira percorre o país com a mostra “A Cinemateca é Brasileira”. A itinerância teve início em Curitiba e vai passar por mais 10 cidades, além de Belo Horizonte, com o objetivo de estreitar os laços da cinemateca com instituições e apresentar parte da rica produção audiovisual brasileira.  O evento faz parte do Projeto Viva Cinemateca, lançado em junho, que reúne grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica.  A mostra é realizada por meio da Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à Cultura) e o Projeto Viva Cinemateca conta com o Instituto Cultural Vale, como patrocinador estratégico, da Shell, como patrocinadora master, e Itaú Unibanco, como copatrocinador.

Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social. 

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional on-line dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público. 

Serviço

Mostra “A Cinemateca É Brasileira”
Data: de 25 a 31 de agosto de 2023
Ingressos gratuitos: www.sympla.com.br ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão
Local: Cine Santa Tereza - Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza - Praça Duque de Caxias
Programação completa: Portal Belo Horizonte