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Cerca de 20 crianças, estudantes da rede municipal de ensino na foto. Uma delas está de em uma cadeira de rodas e as demais estão de pé. Uma delas segura um cartaz com um símbolo de negativo (X) e um escrito "dengue".
Foto: Avanilton Aguilar/PBH

BH em Pauta: Guerreiros contra o Aedes

criado em - atualizado em

Desenvolvido com nove turmas do 4º e 5º anos do ensino fundamental da Escola Municipal Antônia Ferreira, na região de Venda Nova, o projeto de educação ambiental “Formando Guerreiros contra o Aedes aegypti” aposta em atividades lúdicas e originais para conscientizar as crianças sobre o tema em questão e também sobre outros assuntos referentes ao meio ambiente. “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”, afirma, parafraseando Paulo Freire, a agente sanitária Viviane Silva Antunes, idealizadora do projeto.
 

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O “Formando Guerreiros contra o Aedes aegypti” começou a ser desenvolvido em março deste ano, com reuniões com a equipe pedagógica da escola e palestras para as crianças, sobre temas de meio ambiente e doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. 

A agente sanitária explica que as apresentações artísticas, como o teatro, permitem às crianças uma melhor assimilação. “É uma forma mais lúdica e divertida de aprender e que leva a criança a relacionar o que é passado na apresentação com o que ela vê no dia a dia. É comum as crianças dizerem após as apresentações: “Na minha casa era assim”, “Meu vizinho faz isso”... Isso mostra que elas realmente entenderam o que foi passado”.

Uma das ações do projeto é uma gincana entre turmas, que inclui produção de cartazes e outras atividades, como o recolhimento de materiais descartáveis e uma competição de perguntas. A última etapa foi realizada em 22 de maio passado. A aluna Vitória Cristina de Lima Souza, do 5º ano, participou da dinâmica e falou de sua preocupação. “Eu acho que, para combater a dengue, precisamos desenvolver mais atividades para evitar água parada nos vasos de plantas, nas caixas d’água, pneus e garrafas em geral”, opinou, mostrando boa compreensão do tema. “Não adianta uma pessoa cuidar do seu quintal e a outra deixar água parada”, completou a estudante. 

Para a diretora da Escola Antonia Ferreira, Jacira Martins, a gincana chamou a atenção por ser um projeto que se desenvolverá ao longo do ano, possibilitando aos alunos uma discussão permanente sobre a importância de cuidar do espaço em que se vive: “Desde a escola ao caminho que eles percorrem até em casa e sua vizinhança. É um projeto que, através da interdisciplinaridade, vai inserir os princípios da relação ser humano e meio ambiente, levando-se em conta o ambiente da própria comunidade.”
 

 


Educação e saúde



Nas próximas etapas, os estudantes vão preparar apresentações artísticas - paródias, teatros e telejornais sobre os temas - e farão uma visita ao Centro de Controle de Zoonozes da Prefeitura de Belo Horizonte (CCZ), localizado à rua Edna Quintel, 173, bairro São Bernado. 

“As zoonoses estão diretamente relacionadas à falta de cuidado com o ambiente. Sem a conscientização da população, de que cada um precisa se responsabilizar pelo meio em que vive, não conseguiremos controlar as doenças transmitidas pelo mosquito”, afirma Viviane. 
 

Viviane Antunes está na Prefeitura desde 1996. Durante anos fez parte da equipe de ações educativas de Venda Nova, equipe pioneira de educação em saúde que escrevia peças de teatros, promovia apresentações na rua, realizava palestras e treinamentos variados. Com o fim desse time, passou a trabalhar em centros de saúde da região de Venda Nova, sempre desenvolvendo projetos que aliam educação à saúde.


 A Escola Antônia Ferreira fica à Rua João Gualberto de Abreu, 10, no bairro São João Batista, em Venda Nova.